"O nascimento do pensamento é igual ao nascimento de uma criança: tudo começa com um ato de amor. Uma semente há de ser depositada no ventre vazio. E a semente do pensamento é o sonho. Por isso os educadores, antes de serem especialistas em ferramentas do saber, deveriam ser especialistas em amor: intérpretes de sonhos.”
Em suas obras pedagógicas, Rubens Alves costuma abordar temas sérios e importantes como a formação do educador, se há a diferença entre ser professor e ser educador, o processo educacional, a qualidade total na educação, entre outros. Seu texto é bastante agradável a partir do momento em que se utiliza de histórias, metáforas e fábulas para um melhor entendimento do conteúdo.
Segundo Rubem ensinar é mobilizar o desejo de aprender. Mais importante do que saber é nunca perder a capacidade de aprender. "Saber é saborear": afirma. O novo profissional da educação deve romper o divórcio entre a vida escolar e o prazer.
Rubem Alves faz uma boa distinção entre o Professor e o Educador, "advertindo-nos de que na realidade, na prática, eles se encontram juntos, mesclados no profissional da educação". Para ele o educador é aquele que abraça a causa com vontade, que tem paixão pelo que faz.
Em "Sobre Jequitibás e Eucaliptos: Amar", Alves deixa claro seu questionamento sobre o que é educar e qual a identidade de quem se propõe tal tarefa, e remete-nos sempre ao mesmo ponto: ensinar é prazer. Nessa parte ele compara o educador (que ensina com amor) com um Jequitibá, árvore robusta que raramente se vê nos dias de hoje; os professores por sua vez são comparados com Eucaliptos, árvore que encontramos com facilidade.
A existência da dicotomia professor/educador deve-se muito, segundo Rubem Alves, ao rápido desenvolvimento da ciência nos séculos XIX e XX, cujo caráter objetivo de seus conhecimentos desprezou aspectos relevantes da experiência e interioridade humanas, como opiniões pessoais, reflexões, ideologias, sonhos, paixões, esperanças, utopias, desejos... A ciência patrocinou o avanço da tecnologia, que fez com que as pessoas idolatrassem a produção daquilo que é útil e imediato para o dia-a-dia. Surgiu, o utilitarismo, segundo o qual as pessoas são determinadas pelo que produzem e objetivamente fazem.
A idéia central que Rubem Alves traz é a linguagem, a fala ao lado do corpo: “O corpo é o primeiro livro que devemos descobrir; por isso, é preciso reaprender a linguagem do amor, das coisas belas e das coisas boas, para que o corpo se levante e se disponha a lutar.”
A educação é um ato político, que exige reflexão, dentre elas, desenvolver a função crítica em que o questionamento deve ser cada vez mais aguçado. E a função criativa, em que o educador se permite sonhar e buscar realizá-los, não se conformando com o pronto e acabado, mas indo em busca do novo, do desejado e porque não do aparentemente impossível?
“A maioria dos problemas da sociedade se resolveria se os indivíduos tivessem aprendido a pensar.”
“A educação é algo que transborda dos limites das escolas.”
“A educação é algo que transborda dos limites das escolas.”
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