domingo, 25 de setembro de 2011

PARABÉNS BILAC!


Em Santa Maria, não são muitas as escolas que podem se orgulhar de ter chegado aos 100 anos. O Instituto Estadual de Educação Olavo Bilac está comemorando este mês os seus 110 anos. Mais do que ter educado muitos alunos, nas salas de aula do colégio, que foi um dos primeiros prédios de três andares da cidade, formaram-se muitos professores da cidade, em uma época na qual nem existiam cursos superiores em Santa Maria.

Atualmente, o Olavo Bilac é a única escola da cidade que mantém o Ensino Normal (ensino médio ou pós-médio voltado para a formação de professores de educação infantil e séries iniciais).

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Rubem Alves

"O nascimento do pensamento é igual ao nascimento de uma criança: tudo começa com um ato de amor. Uma semente há de ser depositada no ventre vazio. E a semente do pensamento é o sonho. Por isso os educadores, antes de serem especialistas em ferramentas do saber, deveriam ser especialistas em amor: intérpretes de sonhos.”
Em suas obras pedagógicas, Rubens Alves costuma abordar temas sérios e importantes como a formação do educador, se há a diferença entre ser professor e ser educador, o processo educacional, a qualidade total na educação, entre outros. Seu texto é bastante agradável a partir do momento em que se utiliza de histórias, metáforas e fábulas para um melhor entendimento do conteúdo.

Segundo Rubem ensinar é mobilizar o desejo de aprender. Mais importante do que saber é nunca perder a capacidade de aprender. "Saber é saborear": afirma. O novo profissional da educação deve romper o divórcio entre a vida escolar e o prazer.

Rubem Alves faz uma boa distinção entre o Professor e o Educador, "advertindo-nos de que na realidade, na prática, eles se encontram juntos, mesclados no profissional da educação". Para ele o educador é aquele que abraça a causa com vontade, que tem paixão pelo que faz.

Em "Sobre Jequitibás e Eucaliptos: Amar", Alves deixa claro seu questionamento sobre o que é educar e qual a identidade de quem se propõe tal tarefa, e remete-nos sempre ao mesmo ponto: ensinar é prazer. Nessa parte ele compara o educador (que ensina com amor) com um Jequitibá, árvore robusta que raramente se vê nos dias de hoje; os professores por sua vez são comparados com Eucaliptos, árvore que encontramos com facilidade.

A existência da dicotomia professor/educador deve-se muito, segundo Rubem Alves, ao rápido desenvolvimento da ciência nos séculos XIX e XX, cujo caráter objetivo de seus conhecimentos desprezou aspectos relevantes da experiência e interioridade humanas, como opiniões pessoais, reflexões, ideologias, sonhos, paixões, esperanças, utopias, desejos... A ciência patrocinou o avanço da tecnologia, que fez com que as pessoas idolatrassem a produção daquilo que é útil e imediato para o dia-a-dia. Surgiu, o utilitarismo, segundo o qual as pessoas são determinadas pelo que produzem e objetivamente fazem.
A idéia central que Rubem Alves traz é a linguagem, a fala ao lado do corpo: “O corpo é o primeiro livro que devemos descobrir; por isso, é preciso reaprender a linguagem do amor, das coisas belas e das coisas boas, para que o corpo se levante e se disponha a lutar.”

A educação é um ato político, que exige reflexão, dentre elas, desenvolver a função crítica em que o questionamento deve ser cada vez mais aguçado. E a função criativa, em que o educador se permite sonhar e buscar realizá-los, não se conformando com o pronto e acabado, mas indo em busca do novo, do desejado e porque não do aparentemente impossível?

“A maioria dos problemas da sociedade se resolveria se os indivíduos tivessem aprendido a pensar.”
“A educação é algo que transborda dos limites das escolas.”

O pedido de uma criança a seus pais

"Não tenham medo de serem firmes comigo. Prefiro assim, isto faz com que me sinta mais seguro. Não me estraguem. Sei que não devo ter tudo que quero. Só estou experimentando vocês.
Não deixem que eu adquira maus hábitos.
Não me protejam das conseqüências de meus erros.
Não levem muito a sério minhas pequenas dores, necessito delas para obter a atenção que desejo.
Não sejam irritantes ao me corrigirem, se assim fizerem poderei fazer o contrário que me pedem.
Não me façam promessas que não podem cumprir depois, lembrem-se que isso me fará profundamente desapontado.
Não ponham a prova minha honestidade, sou facilmente tentado a dizer mentiras.
Não me mostrem um Deus carrancudo e vingativo, isto me afastará dele.
Não desconversem quando faço perguntas, senão, eu procurarei nas ruas as respostas que não obtive em casa.
Não se mostrem para mim como pessoas perfeitas e infalíveis, ficarei extremamente chocado quando descobrir algum erro de vocês.
Não digam que meus temores são bobos, mas sim, ajudem-me a compreendê-los.
Não digam que não conseguem me controlar, eu julgarei que sou mais forte que vocês.
Não me tratem como uma pessoa sem personalidade, lembrem-se que tenho meu próprio modo de ser.
Não vivam m
e apontando os defeitos das pessoas que me cercam, isto criará em mim um espírito intolerante.
Não se esqueçam que gosto de experimentar as coisas por mim mesmo, não queiram me ensinar tudo.
Não desistam de ensinar o bem, mesmo que eu pareça não estar aprendendo.
No futuro verão em mim o fruto que plantaram."