Uma primeira providência essencial diz respeito à compreensão da noção de folclore. Em sua origem inglesa, informa o dicionário Houaiss, a palavra folclore significa o ato de ensinar (lore) um conjunto de costumes, lendas e manifestações artísticas do povo (folk) preservados pela tradição oral. Essa definição é um tanto redutora se levarmos em consideração o fato de que toda manifestação cultural é influenciada pelo contexto de quem a produz e que esse contexto, por sua vez, está em constante mudança. Sendo assim, o conceito de folclore é muito mais dinâmico do que parece: envolve diversas vertentes da cultura popular (música, dança, relatos orais e continua sendo produzido até hoje. "É impossível abordar o assunto sem considerar os elementos que fazem parte do cotidiano dos estudantes", afirma Teca Soub, coordenadora do Núcleo de Alfabetização da Prefeitura de São Caetano, SP.
Ensinar ao aluno que os elementos de sua própria cultura fazem parte do folclore brasileiro é um dos maiores desafios enfrentados por professores ao tratar do tema. Quando chegam à escola, as crianças trazem com elas os elementos culturais que estão mais próximo delas. Por isso, explicar a elas que essa "cultura caseira" faz parte da noção de folclore funciona melhor do que simplesmente apresentar lendas e mitos sem contextualizá-los. "Tal atitude faz os alunos considerarem como folclore elementos que estão distantes deles, dos quais não participam", explica Ikeda. "Isso pode provocar um desinteresse geral".
Estimular os estudantes a pesquisar sobre suas próprias comunidades e até mesmo hábitos familiares pode ser um ótimo ponto de partida para o ensino da noção de folclore. "A criança só pode entender a diversidade se perceber que faz parte disso", diz Ikeda. Uma forma eficiente de trazer essas questões para a sala de aula é contar que o conjunto desses costumes determina os aspectos culturais de um povo.
Estimular os estudantes a pesquisar sobre suas próprias comunidades e até mesmo hábitos familiares pode ser um ótimo ponto de partida para o ensino da noção de folclore. "A criança só pode entender a diversidade se perceber que faz parte disso", diz Ikeda. Uma forma eficiente de trazer essas questões para a sala de aula é contar que o conjunto desses costumes determina os aspectos culturais de um povo.
Tendo isso em mente, fica clara a inadequação de tratar o tema apenas em agosto. Desenvolver projetos que trabalhem aspectos da cultura brasileira no decorrer de todo o ano letivo é fundamental. "Em vez de abordar os elementos da cultura apenas no mês de agosto por mera convenção, é mais coerente adaptar os currículos das escolas de acordo com as manifestações culturais regionais", diz Teca
A abordagem do Folclore
Educação Infantil
Para aproximar o folclore da realidade dos alunos na Educação Infantil, os educadores podem inserir nos planos de aula brincadeiras e cantigas de roda (como ponto de partida e não como abordagem exclusiva). Além de estimular o movimento, algo fundamental nessa etária, elas ajudam as crianças a desenvolver a fala. Batucar e dançar ritmos regionais, por exemplo, faz os pequenos entrarem em contato com manifestações artísticas locais, que são expressões de sua cultura. "Começar com aquilo que o aluno traz facilita o entendimento da diversidade cultural", diz Ikeda.
Para aproximar o folclore da realidade dos alunos na Educação Infantil, os educadores podem inserir nos planos de aula brincadeiras e cantigas de roda (como ponto de partida e não como abordagem exclusiva). Além de estimular o movimento, algo fundamental nessa etária, elas ajudam as crianças a desenvolver a fala. Batucar e dançar ritmos regionais, por exemplo, faz os pequenos entrarem em contato com manifestações artísticas locais, que são expressões de sua cultura. "Começar com aquilo que o aluno traz facilita o entendimento da diversidade cultural", diz Ikeda.
Ensino Fundamental 1
A partir do 1º ano, já é possível contar com a ajuda dos alunos para levantar diversos elementos do folclore, sem perder de vista que um ensino eficiente requer planejamento, avaliação inicial e contínua e uma sequência lógica que leve à construção do conhecimento. Não faz muito sentido para um aluno do Sudeste brasileiro, por exemplo, entrar em contato com mitos e lendas da Amazônia se ele ainda não conseguiu entender a noção de folclore. É com base no levantamento de exemplos de situações mais próximas da realidade dos estudantes que o professor consegue perceber quando eles estão prontos conhecer os aspectos que fazem parte da cultura de outras regiões do país - que ele não pratica, mas que podem ser melhor entendidos por meio dessa análise que parte dos elementos mais conhecidos e segue para outros mais distantes. Para um aluno pernambucano, por exemplo, entender as origens do carnaval de Olinda e aprender mais sobre os festejos locais pode ajudar na identificação de diferenças e semelhanças na celebração da festa no restante do Brasil.
A partir do 1º ano, já é possível contar com a ajuda dos alunos para levantar diversos elementos do folclore, sem perder de vista que um ensino eficiente requer planejamento, avaliação inicial e contínua e uma sequência lógica que leve à construção do conhecimento. Não faz muito sentido para um aluno do Sudeste brasileiro, por exemplo, entrar em contato com mitos e lendas da Amazônia se ele ainda não conseguiu entender a noção de folclore. É com base no levantamento de exemplos de situações mais próximas da realidade dos estudantes que o professor consegue perceber quando eles estão prontos conhecer os aspectos que fazem parte da cultura de outras regiões do país - que ele não pratica, mas que podem ser melhor entendidos por meio dessa análise que parte dos elementos mais conhecidos e segue para outros mais distantes. Para um aluno pernambucano, por exemplo, entender as origens do carnaval de Olinda e aprender mais sobre os festejos locais pode ajudar na identificação de diferenças e semelhanças na celebração da festa no restante do Brasil.
Quer saber mais?
Site da Revista Nova Escola: Especial Folclore
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